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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Língua latina

Com uma Carta Apostólica sob forma de «motu proprio» O Papa Bento XVI institui a Pontifícia Academia de Latinidade

«A língua latina sempre foi  tida em altíssima consideração pela Igreja Católica e pelos Romanos Pontífices, os quais assiduamente promovem o seu conhecimento e difusão, tendo-a assumido como língua oficial, capaz de transmitir universalmente a mensagem do Evangelho, como foi afirmado com competência pela Constituição Apostólica Veterum sapientia do meu Predecessor, o Beato João XXIII»: é o incipit da Carta Apostólica escrita sob forma de motu proprio com a qual o Papa Bento XVI institui a Pontifícia Academia de Latinidade subordinada ao Pontifício Conselho para a Cultura. A Carta foi assinada a 10 de Novembro e publicada oficialmente em «L'Osservatore Romano».
Ivano Dionigi, reitor da universidade de Bolonha e presidente da Academia, acabada de  instituir, numa entrevista ao nosso jornal disse: «Porque o latim? Porque o grego e os clássicos? Por três motivos essencialmente. O primeiro é a tutela dos bens culturais. Está em jogo um destino cultural. Segundo: o grego e o latim ajudam-nos a falar melhor. Terceiro, os clássicos ajudam-nos a pensar melhor, é o seu legado mais vantajoso;  são fundamento do presente e ao mesmo tempo antagonistas ao presente. E não quero insistir sobre o tema das raízes identitárias porque são evidentes». E à pergunta sobre as prioridades na agenda, respondeu: «Principalmente duas, a primeira restabelecer a obrigatoriedade do latim nos seminários e, em segundo lugar,  construir pontes a todos os níveis: entre a pesquisa que se ocupa de tradição cristã e a clássica e pagã, entre as universidades, na divulgação a alto nível. Devemos capitalizar do melhor modo este grande património. Os mediadores culturais, um «pequeno rebanho» capaz de transmitir e traduzir, fermento para todos, serão sempre úteis aos outros».
Nasce assim uma instituição que procurará levar nova seiva ao conhecimento da língua e da cultura latinas que nos séculos  –   como recordou Manlio Simonetti num artigo sobre o tema –  sofreram um declínio progressivo.  

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Milagre Eucarístico de Lanciano


"A minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele" (Jo 6,55-56).

           Nossos sacrários mantêm entre nós a realidade da Encarnação: "O Verbo se fez carne e habitou entre nós..." E habita ainda verdadeiramente presente entre nós, não somente de uma maneira espiritual, mas com seu próprio Corpo. Esta presença real da carne de Cristo (uma carne viva, unida à alma e à divindade do Verbo, pois Jesus está hoje ressuscitado) é admiravelmente manifestada pelo milagre de Lanciano. Um milagre que dura há mais de 12 séculos e que a ciência examinou, e diante dos fatos, teve que se inclinar.
           Sim, um milagre, e bem destinado ao nosso tempo de incredulidade. Pois, como diz São Paulo, os milagres são feitos não para aqueles que crêem, mas para os que não crêem. E Deus permitiu para todos os que ainda duvidam da presença Eucarística do Cristo ou que a negam, que um milagre, que dura 12 séculos, fosse nos últimos anos, posto em evidência e verificado pela própria ciência. "Isto é meu corpo! Isto é meu sangue!", disse Cristo (cf. Mt 26,26-28).
           Este prodigioso milagre deu-se por volta dos anos 700, na cidade italiana de Lanciano, na igreja do mosteiro de São Legoziano, onde viviam os monges da Ordem Basiliana (de São Basílio).
           Entre os monges, havia um que se fazia notar mais por sua cultura mundana do que pelo conhecimento das coisas de Deus. Sua fé parecia vacilante, e ele era perseguido todos os dias pela dúvida de que a hóstia consagrada fosse verdadeiro Corpo de Cristo e o vinho Seu verdadeiro Sangue. Mas a Graça Divina nunca o abandonou, fazendo-o orar continuamente para que esse insidioso espinho saísse do seu coração.
           Foi quando, certa manhã, celebrando a Santa Missa, mais do que nunca atormentado pela sua dúvida, após proferir as palavras da Consagração ele viu a hóstia converter-se em Carne viva e o vinho em Sangue vivo. Sentiu-se confuso e dominado pelo temor diante de tão espantoso milagre, permanecendo longo tempo transportado a um êxtase verdadeiramente sobrenatural. Até que, em meio a transbordante alegria, o rosto banhado em lágrimas, voltou-se para as pessoas presentes e disse:
           "Ó bem-aventuradas testemunhas diante de quem, para confundir a minha incredulidade, o Santo Deus quis desvendar-se neste Santíssimo Sacramento e tornar-se visível aos vossos olhos. Vinde, irmãos, e admirai o nosso Deus que se aproximou de nós. Eis aqui a Carne e o Sangue do nosso Cristo muito amado!"
           A estas palavras os fiéis se precipitaram para o altar e começaram também a chorar e a pedir misericórdia. Logo a notícia se espalhou por toda a pequena cidade, transformando o monge num novo Tomé.
  
           A Hóstia-Carne apresentava, como ainda hoje se pode observar, uma coloração ligeiramente escura, tornado-se rósea se iluminada pelo lado oposto, e tinha uma aparência fibrosa; o Sangue era de cor terrosa (entre amarelo e o ocre), coagulado em cinco fragmentos de formas e tamanhos diferentes.
           Serenada a emoção de que todo o povo foi tomado, e dadas aos Céus as graças devidas, as relíquias foram agasalhadas num tabernáculo de marfim, construído a mando das pessoas mais credenciadas do lugarejo.
           A partir de 1713, até hoje, a Carne passou a ser conservada numa custódia de prata, e o Sangue, num cálice de cristal.
           Os Frades Menores Conventuais guardam o Milagre desde 1252, por vontade de Landulfo, bispo da vila de Chieti. Os monges da Ordem de São Basílio guardaram o Milagre até 1176 e os Beneditinos até 1252.
           Em 1258 os Franciscanos construíram o santuário atual, que foi transformado em 1700 de romântico-gótico em barroco. Desde 1902 as relíquias estão custodiadas no segundo tabernáculo do altar monumental, erigido pelo povo de Lanciano no centro do presbitério.


O Milagre e a Ciência

           Aos reconhecimentos eclesiásticos do Milagre, a partir de 1574, veio juntar-se o pronunciamento da Ciência moderna através de minuciosas e rigorosas provas de laboratório.
           Foi em 18 de novembro de 1970 que os Frades Menores Conventuais decidiram, devidamente autorizados, confiar a dois médicos de renome profissional e idoneidade moral a análise científica das relíquias. Para tanto, convidaram o Dr. Odoardo Linoli, Chefe de Serviço dos Hospitais Reunidos de Arezzo e livre docente de Anatomia e Histologia Patológica e de Química e Microscopia Clínica, para, assessorado pelo Prof. Ruggero Bertelli, Prof. emérito de Anatomia Humana Normal na Universidade de Siena, proceder aos exames.
           Após alguns meses de trabalho, exatamente a 4 de março de 1971, os pesquisadores publicaram um relatório contendo o resultado das análises:
  • A Carne é verdadeira carne.
  • O Sangue é verdadeiro sangue.
  • A Carne é do tecido muscular do coração (contém, em seção, o miocárdio, endocárdio, o nervo vago e, no considerável espessor do miocárdio, o ventrículo cardíaco esquerdo).
  • A Carne e o Sangue são do mesmo tipo sangüíneo (AB) e pertencem à espécie humana.
  • No Sangue foram encontrados, além das proteínas normais, os seguintes minerais: cloreto, fósforo, magnésio, potássio, sódio e cálcio. As proteínas observadas no Sangue encontram-se normalmente fracionadas em percentagem a respeito da situação seroproteínica do sangue vivo normal. Ou, seja, é sangue de uma pessoa VIVA.
  • A conservação da Carne e do Sangue, deixados em estado natural por doze séculos e expostos à ação de agentes físicos, atmosféricos e biológicos constitui um fenômeno extraordinário.
           E antes mesmo de redigirem o documento sobre o resultado das pesquisas, realizadas em Arezzo, os doutores Linoli e Bertelli enviaram aos Frades um telegrama nos seguintes termos:
                                   
"E o Verbo se fez Carne!"



           E o impressionante é que é a Carne do Coração. Não a carne de qualquer parte do Corpo adorável de Jesus, mas a do músculo que propulsiona o Sangue – e portanto a vida – ao corpo inteiro; do músculo que é também o símbolo mais manifesto e o mais eloqüente do amor do Salvador por nós.
           A Eucaristia é, na verdade, o dom por excelência do Coração de Jesus. "Meu Coração é tão apaixonado de amor pelos homens", disse um dia o Cristo em Parayle-Monial, revelando seu Sagrado Coração a Santa Margarida Maria. Uma paixão que o conduziu à cruz, que torna hoje presente sobre nossos altares, em nossos sacrários e até em nossos corações.
           Em todo o caso, guardemos isto: na Eucaristia eu recebo o Cristo todo inteiro. É verdadeiramente que se dá e que eu como.
           Tanto na hóstia como no vinho, está Jesus Cristo vivo e inteiro (corpo, sangue, alma e divindade). A comunhão eucarística existe nas duas espécies, na espécie do pão e na espécie do vinho, só que o vinho não é somente o sangue de Jesus, mas sim o próprio Jesus. E da mesma forma a hóstia não é somente carne, mas sim o próprio Jesus. O que aconteceu em Lanciano, acontece em todas as igrejas do mundo e em qualquer missa, a única diferença é que lá em Lanciano além de transubstanciar a substância (pão e vinho), transubstanciou-se também a aparência. 









sexta-feira, 4 de maio de 2012

João Paulo II poderá ser canonizado nos próximos meses


Dom Luciano Mendes de Almeida e Dom Helder Câmara também poderão ser canonizados.

Vaticano, 4 - João Paulo II, o “Papa dos recordes” – cuja beatificação completa um ano – poderá somar outro nos próximos meses, se finalmente a Congregação para as Causas dos Santos aprovar um dos cinco possíveis milagres que estão sendo estudados, na última fase. Assim, ele se tornará o primeiro pontífice a ser canonizado a menos de dois anos após sua beatificação.
O peticionário da causa, dom Oder, trabalha com cinco possíveis curas inexplicáveis, que em breve passarão pela revisão na comissão médico-doutrinal, responsável pela causa de Karol Wojtyla. Uma causa que, como ele mesmo explicou, “tem um caráter prioritário”, que sendo confirmada, poderá acelerar os passos para a canonização do antecessor de Bento XVI.
Enquanto isso, à noite, milhares de jovens lembraram, na esplanada de Tor Vergata, a beatificação do pontífice polaco. Como informou a Rádio Vaticano, hoje (01/05) se completa um ano da beatificação de João Paulo II, dia histórico em que Roma foi tomada, no ano passado, por peregrinos (foto) que vieram de todas as partes do mundo, para este evento único.
Porém, este ano também é uma festa porque o “Papa amado” continua vivendo no coração de todos aqueles que não se cansaram de gritar “João Paulo II, o mundo todo te ama” e “Santo súbito”. Porém, por que é uma festa? Porque sua mensagem evangélica continua sendo atual num mundo sedento de Deus, e um mundo que quer mudar o ritmo de sua história, em que a vida seja mais forte do que a morte. Com efeito, Deus veio ao mundo para que o mundo viva e viva em abundância.
Esta mensagem se tornou realidade com João Paulo II, com suas palavras e vida nos ensinou fortemente o caminho a seguir. Um Papa “beato”, particularmente apaixonado pelos jovens que, hoje seguem recordando-se dele, com carinho e esperança.
Com efeito, são eles os protagonistas que hoje acompanham este aniversário, com oração e compromisso, como fizeram os universitários na vigília de oração em Tor Vergata, em Roma, e os peregrinos que hoje visitam seu túmulo.
Nós, juntos a eles e àqueles em diferentes partes do mundo, recordamos dele, gostaríamos de trazer à memória suas palavras, seu carinho e sua mensagem.
Quanto ao processo de canonização de Dom Helder Câmara, a documentação está com a Associação Nacional dos Presbíteros (órgão ligado à CNBB). Sobre Dom Luciano Mendes de Almeida, o próprio arcebispo de Mariana, Dom Lyrio Rocha, então presidente da CNBB, já deu início aos procedimentos para os trâmites do processo, segundo o qual, a Igreja poderá oficialmente declarar Dom Helder, um dos mais significativos protagonistas do Concílio Vaticano II, um santo da atualidade, para o Brasil e o mundo.

fonte: http://domtotal.com/noticias/detalhes.php?notId=440793

segunda-feira, 23 de abril de 2012

PERSEGUIÇÕES: CARTA DE PLÍNIO O MOÇO AO IMPERADOR TRAJANO



Transcrevemos a seguir a carta de Caio Plínio Segundo (Plínio o moço), governador da Bitínia entre 111 e 113, enviada a Trajano, imperador de Roma entre 98 e 117 dC, solicitando instruções de como proceder perante as denúncias contra os cristãos. A epístola, escrita por volta de 111, foi extraída do "Epistolário de Plínio" 10,96.
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Senhor:
É regra para mim submeter-te todos os assuntos sobre os quais tenho dúvidas, pois quem mais poderia orientar-me melhor em minhas hesitações ou me instruir na minha ignorância?
Nunca participei de inquéritos contra os cristãos. Assim, não sei a quais fatos e em que medidas devem ser aplicadas penas ou investigações judiciárias. Também me pergunto, não sem perplexidade: deve-se considerar algo com relação à idade, ou a criança deve ser tratada da mesma forma que o adulto? Deve-se perdoar o arrependido ou o cristão não lucra nada tendo voltado atrás? É punido o nome de "cristãos", mesmo sem crimes, ou são punidos os crimes que o nome deles implica?
Esta foi a regra que eu segui diante dos que me foram deferidos como cristãos: perguntei a eles mesmos se eram cristãos; aos que respondiam afirmativamente, repeti uma segunda e uma terceira vez a pergunta, ameaçando-os com o suplício. Os que persistiram mandei executá-los pois eu não duvidava que, seja qual for a culpa, a teimosia e a obstinação inflexível deveriam ser punidas. Outros, cidadãos romanos portadores da mesma loucura, pus no rol dos que devem ser enviados a Roma.
Bem cedo, como acontece em casos semelhantes, com o avançar do inquérito se estendia também o crime, apresentando-se diversos casos de tipo diferente:
Recebi uma denúncia anônima, contendo grande número de nomes. Os que negavam ser cristãos ou tê-lo sido, se invocassem os deuses segundo a fórmula que havia estabelecido, se fizessem sacrifícios com incenso e vinho para a tua imagem (que eu havia mandado trazer junto com as estátuas dos deuses) e, se, além disso, amaldiçoavam a Cristo - coisas estas que são impossíveis de se obter dos verdadeiros cristãos - achei melhor libertá-los.
Outros, cujos nomes haviam sido fornecidos por um denunciante, disseram ser cristãos e depois o negaram: haviam sido e depois deixaram de ser, alguns há três anos, outros há mais tempo, alguns até há vinte anos. Todos estes adoraram a tua imagem e as estátuas dos deuses e amaldiçoaram a Cristo, porém, afirmaram que a culpa deles, ou o erro, não passava do costume de se reunirem num dia fixo, antes do nascer do sol, para cantar um hino a Cristo como a um deus; de obrigarem-se, por juramento, a não cometer crimes, roubos, latrocínios e adultérios, a não faltar com a palavra dada e não negar um depósito exigido na justiça. Findos estes ritos, tinham o costume de se separarem e de se reunirem novamente para uma refeição comum e inocente, sendo que tinham renunciado a esta prática após a publicação de um edito teu onde, segundo as tuas ordens, se proibiam as associações secretas.
Então achei necessário arrancar a verdade, por meio da tortura, de duas escravas que eram chamadas ministrae(agente, ministro), mas nada descobri além de uma superstição irracional e sem medida. Por isso, suspendi o inquérito para recorrer ao teu conselho.
O assunto parece-me merecer a tua opinião, principalmente por causa do grande número de acusados. Há uma multidão de todas as idades, de todas as condições e dos dois sexos, que estão ou estarão em perigo, não apenas nas cidades, mas também nas aldeias e campos onde se espalha o contágio dessa superstição; contudo, creio ser possível contê-la e exterminá-la.
Com certeza, sei que os templos desertos até há pouco, começam a ser novamente freqüentados; que as solenidades sagradas até há pouco interrompidas, são retomadas; e que, por toda a parte, voltam a vender-se a carne das vítimas, até há pouco sem compradores. Disto pode-se concluir que uma multidão de pessoas poderia ser curada se fosse aceito o arrependimento delas.

Autor: Caio Plínio Cecílio Segundo, governador da Bitínia.
 
Fonte: Agnus Dei.


Que esse texto fortaleça nossa fé. Vemos que frente a dificuldades muitíssima vezes maiores que passaram os membros da Igreja Nascente, as que passamos hoje são nada. E vemos alguns abrindo mão da caminhada e justificam falta de tempo. Os primeiros cristãos deram suas vidas por Cristo!
 

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Papa recorda lugar das mulheres no anúncio da Ressurreição

(9/4/2012) Segunda-feira de Páscoa é feriado na Itália. Na residência de Castelgandolfo, aonde se transferiu domingo à tarde, para um breve período de repouso, Bento XVI recitou ao meio-dia a antífona pascal Regina Coeli, antecedida por uma alocução.
O Papa recordou que a Ressurreição de Jesus constitui “o mistério decisivo da nossa fé”. Como escreve são Paulo aos Coríntios, “se Cristo não ressuscitou, então é vã a nossa pregação e é vã também a vossa fé”. Bento XVI convidou os fiéis a reler, nestes dias, as narrações da ressurreição de Cristo, que encontramos nos quatro Evangelhos: “Trata-se de narrações que, de diferentes modos, apresentam os encontros dos discípulos com Jesus ressuscitado, e permitem-nos assim meditar sobre este estupendo acontecimento, que transformou a história e dá sentido à existência de cada homem”.

O Papa fez notar que os Evangelho não descrevem o acontecimento da ressurreição como tal: “Este permanece misterioso, não no sentido de menos real, mas por ser algo reservado, escondido, para além do alcance do nosso conhecimento: como uma luz tão forte que não se pode encarar de frente com os olhos, pelo risco de cegar”.

Bento XVI fez notar que foram as mulheres que, cheias de temor e de alegria, correram a dar a notícia (do sepulcro vazio) aos discípulos. Precisamente naquele momento encontraram Jesus, prostraram-se aos seus pés e adoraram-no, recebendo então do Ressuscitado a missão de dizer aos irmãos para se dirigirem para a Galileia, onde O veriam. “Em todos os Evangelhos, as mulheres têm uma grande espaço nas narrações das aparições de Jesus ressuscitado, como aliás também nas da paixão e da morte de Jesus.
Naqueles tempos, em Israel, o testemunho das mulheres não podia ter valor oficial, jurídico, mas as mulheres viveram uma experiência de um elo especial com o Senhor, fundamental para a vida concreta da comunidade cristã, e isto desde sempre, em cada época, não apenas no início do caminho da Igreja”. 

fonte: Rádio Vaticano: http://www.radiovaticana.org/por/Articolo.asp?c=578570

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Origem do Ovo de Páscoa

Os ovos de chocolate ou ovos de Páscoa são uma tradição milenar relacionada ao cristianismo. Costumava-se pintar um ovo oco de galinha de cores bem alegres, pois a Páscoa é uma data festiva que comemora a ressurreição de Jesus Cristo, sendo o ovo um símbolo de nascimento. Outros povos como os gregos e os egípcios também coloriam ovos de galinha oco, porém em datas diferentes.
O ovo é símbolo bastante antigo, anterior ao Cristianismo, que representa a fertilidade e a renascimento da vida. Muitos séculos antes do nascimento de Cristo, a troca de ovos no Equinócio da Primavera (21 de Março) era um costume que celebrava o fim do Inverno e o início de uma estação marcada pelo florescimento da natureza. Para obterem uma boa colheita, os agricultores enterravam ovos nas terras de cultivo.
Quando a Páscoa cristã começou a ser celebrada, a cultura pagã de festejo da Primavera foi integrada na Semana Santa. Os cristãos passaram a ver no ovo um símbolo para falar da ressurreição de Cristo.
Colorir e decorar ovos é um costume também bastante antigo, praticado no Oriente. Nos países da Europa de Leste, os ortodoxos tornaram-se grandes especialistas em transformar ovos em obras de arte. Da Rússia à Grécia, os ortodoxos costumam pintar os ovos de vermelho. Já na Alemanha, a cor dominante é o verde. A tradição é tão forte que a Quinta-feira Santa é conhecida por Quinta-feira Verde. Na Bulgária, em vez de se esconder os ovos, luta-se com eles na mão. Há verdadeiras batalhas campais. Toda a gente tem de carregar um ovo e quem conseguir a proeza de o manter intacto até ao fim será o mais bem sucedido da família até à próxima Páscoa.
Das tradições da Europa Oriental, o hábito passou aos demais países. Eduardo I de Inglaterra oferecia ovos banhados em ouro aos súditos preferidos. Luís XIV de França os mandava, pintados e decorados, como presentes. Isso iniciou a moda de fazê-los artificiais, de madeira, porcelana e metal, contendo alegras surpresas aos presenteados.
Os ovos de chocolate viram dos Pâtissiers(confeiteiros) franceses que recheavam ovos de galinha, depois de esvaziados de clara e gema, com chocolate e os pintavam por fora. Os pais costumavam esconder ovos nos jardins para que as crianças os encontrassem na época da Páscoa. Com melhores tecnologias, a partir do final do século XIX, se difundiram os ovos totalmente feitos de chocolate, utilizados até hoje.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

SERMÃO DA VIGÍLIA DA PÁSCOA


 
Autor: Santo Agostinho de Hipona
Fonte: Livro"Antologia dos Santos Padres"


O bem-aventurado apóstolo Paulo, exortando-nos a que o imitemos, dá entre outros sinais de sua virtude o seguinte: "freqüente nas vigílias" [2Cor 11,27].
Com quanto maior júbilo não devemos também nós vigiar nesta vigília, que é como a mãe de todas as santas vigílias, e na qual o mundo todo vigia?
Não o mundo, do qual está escrito: "Se alguém amar o mundo, nele não está a caridade do Pai, pois tudo o que há no mundo é concupiscência dos olhos e ostentação do século, e isto não procede do pai" [1Jo 2,15].
Sobre tal mundo, isto é, sobre os filhos da iniqüidade, reinam o demônio e seus anjos. E o Apóstolo diz que é contra estes que se dirige a nossa luta: "Não contra a carne e o sangue temos de lutar, mas contra os principados e as potestades, contra os dominadores do mundo destas trevas" [Ef 6,12].
Ora, maus assim fomos nós também, uma vez; agora, porém, somos luz no Senhor. Na Luz da Vigília resistamos, pois, aos dominadores das trevas.
Não é, portanto, esse o mundo que vigia na solenidade de hoje, iras aquele do qual está escrito: "Deus estava reconciliando consigo o mundo, em Cristo, não lhe imputando os seus pecados" [2Cor 5,19].
E é tão gloriosa a celebridade desta vigília, que compele a vigiarem na carne mesmo os que, no coração, não digo dormirem, mas até jazerem sepultos na impiedade do tártaro. Vigiam também eles esta noite, na qual visivelmente se cumpre o que tanto tempo antes fora prometido: "E a noite se iluminará como o dia" [Sl 138,12]. Realiza-se isto nos corações piedosos, dos quais se disse: "Fostes outrora trevas, mas agora sois luz no Senhor". Realiza-se isto também nos que zelam por todos, seja vendo-os no Senhor, seja invejando ao Senhor. Vigiam, pois, esta noite, o mundo inimigo e o mundo reconciliado. Este, liberto, para louvar o seu Médico; aquele, condenado, para blasfemar o seu juiz. Vigia um, nas mentes piedosas, ferventes e luminosas; vigia o outro, rangendo os dentes e consumindo-se. Enfim, ao primeiro é a caridade que lhe não permite dormir, ao segundo, a iniqüidade; ao primeiro, o vigor cristão, ao segundo o diabólico. Portanto, pelos nossos próprios inimigos sem o saberem eles, somos advertidos de como devamos estar hoje vigiando por nós, se por causa de nós não dormem também os que nos invejam.
Dentre ainda os que não estão assinalados com o nome de cristãos, muitos são os que não dormem esta noite por causa da dor, ou por vergonha. Dentre os que se aproximam da fé, há os que não dormem por temor. Por motivos vários, pois, convida hoje à vigília a solenidade (da Páscoa), Por isso, como não deve vigiar com alegria aquele que é amigo de Cristo, se até o inimigo o faz, embora contrariado? Como não deve arder o cristão por vigiar, nessa glorificação tão grande de Cristo, se até o pagão se en- vergonha de dormir? Como não deve vigiar em sua solenidade, o que já ingressou nesta grande Casa, se até o que apenas pretende nela ingressar já vigia?
Vigiemos, e oremos; para que tanto exteriormente quanto interiormente celebremos esta Vigília. Deus nos falará durante as leituras; falemo-lhe também nós em nossas preces. Se ouvimos obedientemente as suas palavras, em nós habita Aquele a quem oramos.